147 | nó na garganta

mari
1 min readFeb 1, 2023

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Palavras, palavras, palavras… Lindas, belíssimas, certeiras palavras. E ainda assim palavras. A diferença entre a eterna promessa de um amanhã e a pronta-entrega do agora é tão nítida que quase me sinto estúpida.

Não há espaço pra mim no final das contas e isso fica cada vez mais claro, fui eu que sempre abri espaço demais até que fiquei sem. A inspiração a ser mais direta é forte e o exemplo é nítido, eu sei o que fazer, só não pareço conseguir de jeito nenhum.

Nessa vida que tentei protagonizar só fui coadjuvante e hoje em dia figurante. Reduzida ao que trago pra mesa a mantive farta e acabou meu estoque, mas me falta tempo e recurso pra reabastecer. A bem da verdade, me falta também vontade.

Me dói ter que cobrar de novo o que já doeu todas as outras vezes não pelo que acaba sendo ou não cobrado, mas por ser um exemplo claro de que não estou sendo ouvida, muito menos vista. Me dói. Por que é tão difícil?

29 de janeiro de 2023

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