Quanto avançamos quando não estamos dispostos a aliviar nossas cargas? Quanto peso que nos puxa pra baixo e nos trava no mesmo lugar? Quão longe chegaríamos sem os freios que cuidadosamente cultivamos em nossos pés? As roupas novas não cabem na mala a não ser que deixemos algumas velhas para trás.
A crise é nossa amiga, costumo dizer com outras palavras que agora me escapam. A carta da Torre pendurada em minha parede simboliza justamente esse momento e me serve de lembrete de que de tempos em tempos é preciso se despir de tudo o que acreditamos ser e perder tudo o que acreditamos ter para descobrirmos afinal de contas quem somos quando tudo nos é brutalmente arrancado.
15 de fevereiro de 2023
