184 | raios de sol

Às vezes tudo o que precisamos é dar uma choradinha. Ou, no caso, uma enxurrada. Lava, vai, leva embora tudo isso que se acumulou na margem, tudo isso que a enchente juntou e deixou a água turva, suja, lamacenta e confusa. Lava essa alma que de tanto chorar não conseguiu chorar por tudo o que precisava.

A natureza é linda, mas também é violenta, e entre secas tão secas em que nada vinga e cheias tão cheias de chuvas que chovem sem parar, a adaptabilidade se torna talvez a única maneira de sobrevivência. Um inverno gelado e um verão quente no mesmo espaço, que roupa vestir? Não sei o que sinto. Bato os dentes de tanto tremer enquanto enxugo da testa o suor. Confuso, no mínimo.

O outono já passou, anunciando lá atrás a temporada seguinte que tanto tempo depois finalmente acaba. As primeiras flores começam a brotar da terra e o verde surge no topo das árvores brancas. Eba, vem aí a primavera.

7 de março de 2023

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pelo visto esse é o meu diário

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