229 | em estado de ameba

mari
2 min readApr 22, 2023

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Maior preguiça do mundo de escrever hoje, ein. Vontade de só fechar esse computador e dormir. E nossa como eu vou dormir gostoso essa noite. Isso é, se o kovu me deixar porque ultimamente ele tá achando graça em vir gritar na minha cara, porque não, ele não mia, ele grita. Especialmente quando ele quer minha atenção e bichinho… Eu realmente não tenho dado muita atenção pros gatos. Antes éramos dois pra brincar com eles, mas agora sou só eu e ando deixando meus filhotes na mão.

Essa é a primeira vez que moro sozinha na vida e ainda não caiu a ficha completamente, talvez ela vá caindo aos poucos mesmo. Ter o espaço inteiro só pra mim tá sendo maravilhoso, mas ainda não me acostumei a cozinhar só pra mim. Uma coisa que é importante de ficar atenta é que sempre tive minhas tretas com o tempo né, já elaboramos muito sobre isso aqui, mas sozinha em casa MEU DEUS como eu perco toda a noção. Quantas horas se passaram? Dias? Semanas? Não faço a menor ideia. Tudo permanece exatamente igual de dentro do meu apartamento e eu que já tenho uma tendência natural a dar umas dissociadas fico mais deslocada ainda da realidade.

Maior preguiça do mundo de continuar escrevendo isso aqui, ein. Tá difícil. Talvez por isso que esteja meio diferente, não sei, pensei em falar sobre como o fato de a gente se olhar tão profundamente nos olhos que às vezes não precisamos nem falar nada fez com que eu desacostumasse com o quanto geralmente as pessoas não conversam olhando tanto assim nos olhos e sobre como isso muda toda a interação, mas simplesmente não consigo elaborar sobre isso no momento e só de resumir a ideia nesse parágrafo já gastei o restinho do meu suco mental.

Pensei em apagar tudo e tentar elaborar algo mais elaborado sobre alguma coisa mais interessante do que isso aqui que parece os diários que eu e minha amiga escrevíamos uma pra outra nos nossos sei lá, treze anos, quando a gente ia viajar com a família e como na época simplesmente não tinha como conversar a não ser que gastássemos uma fortuna no telefone em ligações de estados diferentes — o que nossos pais não deixariam de jeito nenhum — , cada uma de nós ficava com um caderno e escrevia todos os dias uma pra outra pra trocar depois de voltar e ficar sabendo de tudo o que aconteceu conforme foi acontecendo. É meio que isso que eu faço aqui, né?

Ok, minha cabeça dói da pancada desses dias, minha testa dói da pancada de ontem — ficou um galo bem no meio — , minha batata esquerda dói sei lá por quê, vou ter que acordar cedo e tô morrendo de sono… É isso que tem pra hoje, é o melhor que eu consigo fazer e vai ter que ficar desse jeito mesmo.

21 de abril de 2023

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