254 | parece vidas atrás

mari
1 min readMay 17, 2023

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Voltei ao começo e reli os primeiros textos que escrevi, enquanto a contagem ainda estava em um dígito. Não consegui virar dois.

Foi o otimismo que me quebrou. A vontade na voz que chega até quando é só letra em tela. Olha ela lá, mal sabe do que vem. Penso nisso e me vejo lá na frente olhando para esse exato momento. Olha ela, vai dizer a mari do futuro sobre a mari que agora digita com a ponta dos dedos em mãos de dinossauro com o notebook no colo e a coluna dobrada na cama. Tantas maris olhando para tantas maris em uma só linha do tempo. Mal sabem elas.

Às vezes a gente se acaba chorando pra depois virar memória. Tudo passa, já disse todo mundo, e é verdade. É um processo atrás do outro mesmo, uma loucura seguida de tédio, uma rotina seguida de caos, uma alegria seguida de fossa… E vice-versa. Sempre tem alguma coisa faltando, sempre tem alguma coisa sobrando e sempre tem um jeito novo de olhar pra toda essa bagunça. Fico feliz de estar exatamente onde eu estou, mesmo que não esteja sendo lá muito fácil.

Hoje foi doloroso voltar no tempo, prefiro ficar no presente.

16 de maio de 2023

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