66 | e muito mais que ainda não consigo falar sobre

mari
2 min readNov 10, 2022

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Estou há duas horas tentando escrever sobre a gente e todas as milhares de reflexões e entendimentos que tive hoje, mas dois parágrafos adentro apago tudo e volto do começo. Não sei se é a xícara de café tomada às onze da noite, a lua em gêmeos ou o fato de sermos tão gigantescos que nem consigo nos botar em palavras, mas nada parece fazer jus a todo o universo que eu compreendi nesse dia que foi totalmente diferente do que eu tinha planejado.

Talvez eu esteja pensando em uma camada que não essa na qual tento escrever, talvez eu precise de mais tempo para elaborar melhor essa ideia ou talvez seja esse o tipo de coisa que não se traduz em palavras, só vivendo e sendo mesmo para conseguir transmitir, mas em vários estalos mentais, emocionais, físicos e energéticos que estão pipocando dentro de mim me sinto me realinhando comigo mesma e tudo volta a fazer sentido. Me sinto leve da sobrecarga que vinha me consumindo já tinha um tempo, mesmo que de certa forma ela ainda esteja aqui.

Tudo foi rápido com a gente, instantâneo até, eu diria, tão oportuno que caímos em nossos colos e, sem nem pestanejar, nos aceitamos de presente. Nos absorvemos tanto que o excesso de familiaridade fez com que nos tornássemos desconhecidos. Agora, depois de dar uns passos para trás, nos desembaçamos o suficiente para nos reconhecermos como um dia nos conhecemos, só que a paisagem já é completamente diferente.

As coisas precisam mudar, falei um tempo atrás em desespero, e parece que as coisas estão mudando. Nem tanto as coisas, mas nós que mudamos de volta para o que pouco a pouco deixamos de ser e pouco a pouco tudo volta a fazer sentido nesse espaço tão igual e na sua forma única de constante expansão tão permanente.

10 de novembro de 2022

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