Cercada de energia feminina me sinto em casa. A conversa sem pressa que transborda sem parar por sobre o silêncio tranquilo. O olho no olho, a atenção compartilhada, a alma despejada sem cerimônia nos vários colos que se oferecem para a segurar.
Sempre tive muitas amigas e é nessa intimidade compartilhada que me sinto confortável para ser eu. Rolê introvertido de só sentar e conversar sem precisar estar fazendo nada porque a intenção é se conhecer conhecendo também umas às outras. Somos interessantes sem precisarmos tentar ser nada, simplesmente porque somos e podemos nos ser.
Sempre fui a amiga do um a um e por mais que tenha grupos sempre acabo no privado. Quanto mais gente, menos a gente consegue se sintonizar porque ninguém consegue se aprofundar direito, e é assim que chegamos nas conversas sem sono e sem hora para acabar onde um assunto puxa o outro que puxa o outro e quando viu o sol já nasceu e a gente aqui, ainda falando sobre a vida e sobre gatos e espiritualidade e trabalho e autoconhecimento e emoções e sentimentos e pensamentos e traumas e família e relacionamentos e amizades e tretas e amores e, por incrível que pareça, ainda falando e ainda sem sono mesmo que bocejando.
10 de novembro de 2022
