90 | quando dei por mim já estava pulando

mari
2 min readDec 4, 2022

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Já se passaram noventa dias que se tornam escrita de alguma forma e cá estou eu usando a frase que já se tornou mais um dos meus lemas: no mínimo vira história.

Quando a vontade de sair é quase nula porque claramente vai chover daqui a pouco e no final das contas eu estou realmente cansada e só queria um tempinho para mim e eu realmente, realmente, realmente queria muito só ficar em casa de boa, me lembro desse momento aqui que se enriquece tanto quando deixo com que a vida me toque e me embale no seu próprio ritmo.

Saio cansada mesmo e vou para mais um show da banda que já vi ao vivo algumas vezes nos últimos meses. A banda que eu gosto, eu realmente gosto, e que de quebra ainda tem lá no palco a pessoinha com quem eu compartilho esse apartamento que no momento está sendo majoritariamente ocupado pelos gatos.

Vou cansada e com preguiça, mas vou preparada psicologicamente para dessa vez ouvir de longe de cima do meu poleiro. Não me aguento. Três músicas depois e quando vejo estou lá na frente do palco batendo cabeça, pulando e cantando a plenos pulmões mais uma vez.

Esses dias estava me lembrando que um dos primeiros meninos que ocupou meu coração também tinha uma banda e eu nunca tinha feito essa associação, mas parece que desde sempre eu busquei me cercar de música e hoje ela me toca por todos os lados. Aqui, onde quanto mais você sente melhor, me sinto em casa. Boto todos os meus demônios para fora em cada sacudida, cada fechada de olhos, cada pulo e cada embalo e quando volto a mim me percebo viva.

Tenho me permitido e me incentivado a sair mais da minha bolha introvertida e participar do mundo e ele tem se apresentado a mim com abundância. Continuo cansada e precisando do meu espacinho, mas tenho descoberto que não é só o silêncio que me recarrega. Agradeço aos envolvidos pelos bons convites, agora até eu já estou convidando também de vez em quando.

3 de dezembro de 2022

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