Entendi. Entendi tanta coisa que não consigo nem falar. Pouco a pouco se abrem em minha mente livros inteiros de uma só vez.
Tentei me apressar e esqueci que é pra isso. Já tentei me apressar também antes e deu nisso.
Há tanta coisa que quero falar, mas nem sei como. O que acho conhecer se desdobra e só acredito por estar ali e você também.
É cada vez mais sonho e talvez por isso durmo cada vez mais tarde.
Me viro sem saber porquê e no meio viramos um só. Você voltou pra isso? Não sei, acho que sim, e você? Não sei, acho que sim. Dois passos pra trás sem querer caímos, um abraço desajeitado e simples assim dançamos como se muito já antes.
A resposta do que se perguntou e do que nem se ousou tentar.
Parece que corpo e espírito quando se juntam não há mesmo nada igual. Era disso que falavam?!
Quando parece não ter como ser mais, um tão sutil tão sutil que poderia passar despercebido desbloqueia o mais absurdo impossível. Como assim? Não tem cabimento. Não faz sentido. Não tem a menor condição. Nos olhos vemos que não enlouquecemos e na loucura nos fazemos companhia.
Não tem a menor condição.
Coisas estranhas acontecem aqui.
Pela garganta a vida passa até o centro. O que aconteceu?
Foi isso. Só entendi quando senti.
Peito acelera da base até o topo da cabeça com a mão atrás da testa, no quadril e na nuca o coração.
Se sou a peça que fecha o circuito ele é incompleto, mas que um circuito em nós se fecha é.
Ainda não consigo falar sobre. Não sei se um dia vou.
7 de dezembro de 2022