Sinto que preciso me ausentar para me fazer presente, deixando de lado tudo aquilo que me faz ser eu. Minha expressividade, minha opinião, meu saltito e meu tropeço. Como se ao fazer uma careta eu fosse perder toda a credibilidade que no final das contas nem sei se um dia cheguei a ter. O que não faz sentido é que o que eu mais gosto das pessoas que gosto é justamente a esquisitice, é o olhar estranho e a risada torta, é o movimento desengonçado que me faz sentir em casa na presença de pessoas estranhas tão estranhas quanto eu. Me parece que preciso parecer séria para ser levada a sério, mas de que vale ser apreciada por quem não vê minha graça? Pouco. Vale tão pouco que na verdade não vale quase nada.